ESBOÇO PARA UM BALANÇO DO COMUNISMO NO BRASIL
O PSTU foi o
principal partido comunista do mundo, por isso deve-se destacar sua história,
ainda que de modo breve, e fazer o devido balanço para explicar sua degeneração
em centrismo ultraesquerdista. É o objetivo, em geral, deste capítulo. Aqui,
nós queremos evitar a postura rancorosa ou apenas negativa comum em alguns
ex-militantes; por outro lado, faz falta balanços claros sobre as razões das
rupturas com este partido, sejam elas mais progressivas ou, ao contrário, mais
reformistas. A crítica pública entre os nossos é necessária para a evolução das
organizações ou para reorganizações, rupturas, etc. O esboço abaixo – e, por
ser esboço, tem linguagem direta – tenta ajudar em tal tarefa, baseando-se de
maneira referencial em “Esquerdismo: Doença Infantil do Comunismo” de Lenin. O
leitor afeito à obra reconhecerá pontos de contato entre os textos. O fato de
que nenhuma organização tenha algum trabalho do tipo leva-nos a crer que podem
cair nos mesmos erros na medida em que falta percebê-los, caracterizá-los.
UM BREVE
APORTE
O núcleo
inicial da corrente que deu origem ao PSTU, a Liga Operária, surgiu na década
de 1970. Seu acerto político garantiu seu desenvolvimento: colocou-se contra a
tática ultraesquerdista e vanguardista de formar guerrilhas, apostando, em
oposto, na formação de um partido revolucionário da classe operária.
Na fase
final da ditadura, era preciso uma forma de crescer e aglutinar a vanguarda das
lutas que cresciam no país. A primeira proposta foi a formação de um Partido
Socialista, com a presença de ilustres intelectuais, mas o projeto não vingou,
ficando reduzido aos próprios membros da Convergência Socialista (futuro PSTU).
Graças à intervenção do argentino Moreno, da LIT, a política foi corrigida:
formar com os sindicalistas um Partido dos Trabalhadores. O acerto é sabido por
todos: forçou os limites da ditadura, uniu a vanguarda nacionalmente, impediu
maior crescimento de organizações diretamente estalinistas (ainda assim, a
direção majoritária do PT tinha formação estalinista).
Nesta época,
ocorreu um dos auges da corrente ao liderar grandes greves e ocupações de
fábrica. Mesmo assim, o partido entrou em crise ao menos duas vezes, gerando
rupturas à direita: primeiro por causa do erro da tentativa de formação de um
PS e, segundo, por atração imensa e a esperança que o lulismo gerou em parte da
militância. No subsolo, uma forte razão para estas crises é a formação de
classe média da maioria de seus membros.
Um importante
erro desta época foi não ter elaborado a proposta de criação de uma central
única dos sindicatos (e dos demais movimentos populares). Se tivesse
impulsionado esta elaboração, teria ganhado mais destaque na luta de classes.
De qualquer modo, participou da CUT, embora sem ser protagonista em sua
formação.
O
impressionismo teórico e político da organização, que será tratado adiante, já
se revelava na época de formação inicial do comando partidário. A corrente
pensava que a queda da ditadura seria seguida de uma revolução socialista. Isso
serviu para disciplinar artificialmente os militantes, mas estava errado. A
história mostrou que a democracia burguesa foi base para permitir inúmeros
ataques contra os trabalhadores e amortecer a luta de classes.
No balanço
da LIT – corrente internacional da qual participa o partido em avaliação – por
seus 30 anos, há um texto sobre o PSTU dentro do PT, em que afirma que o
partido se tornou uma organização dos trabalhadores com a tática do entrismo
De qualquer
modo, o entrismo no PT foi praticado com enormes precauções, graças às orientações
da LIT: evitava-se assumir cargos dentro do partido; a Convergência Socialista
tinha sedes, jornais, finança, etc. próprias e independentes. Tais medidas
atuavam com força contra pressões degenerativas – mas 12 anos de convivência
permanente deixa suas sequelas.
O PT quase monopolizava
a esquerda, por isso havia riscos de uma ruptura prematura, como a ameaça de
tornar-se seita por razão do isolamento político e social. Isso poderia ser
mediado com trabalho na classe operária enquanto as lutas sociais fossem
fortes, levando os jovens militantes ao mundo proletário, e também semiorbitando
eleitoralmente o PT por algum tempo, até que este se elegesse.
Quando a
Convergência Socialista decidiu formar um partido próprio, fez uma aposta: Lula
seria eleito presidente, a democracia nunca encontra estabilidade e longevidade
em países atrasados – e o espaço para um partido revolucionário estava, enfim,
dado. Neste aspecto, o erro foi completo. Devia-se, primeiro, deixar as
condições objetivas amadurecerem tanto quanto possível e serem confirmadas,
como com a eleição de Lula, para – uma vez que esperou longos 12 anos para
romper – só então tomar a decisão de formar outro partido. Esse tipo de erro
tornou-se típico no partido; por exemplo: no lugar de esperar amadurecer as
condições objetivas e subjetivas para fundar uma nova entidade nacional
estudantil, a organização decide antecipar-se, chegar primeiro, produzindo
abortos (Conlute, ANEL). Usou-se uma tese impressionista para a ação militante[2].
A ruptura
era necessária seja porque já havia ficado muito tempo dentro de outra
organização seja porque iria abrir, em seguida, uma situação reacionária no
país, que pressionava a degeneração partidária.
A
Convergência (PSTU) forçou a expulsão do PT ao propor o “Fora Collor”. A
direção majoritária era contra o “Fora” e o próprio congresso petista votou
contra a proposta por ampla maioria. Rompendo a disciplina interna, a corrente
impulsionou a luta pela queda do governo. Valério Arcary, ex-militante, faz o
balanço:
Foi um momento chave para a minha geração. Em
especial, para aqueles com quem compartilhava a militância na Convergência
Socialista. Tivemos um grande acerto tático e dois erros estratégicos graves,
porque irreparáveis, nas consequências. Acertamos que era possível derrubar o
primeiro presidente eleito depois de três décadas. Mas: (a) erramos ao
subestimar a possibilidade de estabilização democrático-liberal em um país da
periferia; (b) erramos ainda mais em apostar na possibilidade de disputar pela
esquerda a influência de massas ao PT; (c) erramos ao não sermos capazes de
evitar a explosão da corrente revolucionária, essencialmente, latino-americana,
em que nos inseríamos.
E completa:
O segundo erro foi a subestimação da força do PT e
do apoio à liderança de Lula. Acreditávamos que, diante da gravidade máxima da
crise econômico-social inflamada pela superinflação, e da linha quietista que
saiu vitoriosa no I Congresso do PT, não era razoável aceitar as condições
exigidas pela Articulação para permanecer como uma corrente interna “invisível”
diante dos movimentos de massas. O que aconteceu na sequência demonstrou que
estávamos errados. A direção majoritária do PT se relocalizou a partir de agosto
de 1992, chegou atrasada, depois que a UNE acendeu a centelha, mas apoiou as
mobilizações pelo Fora Collor. Lula foi o principal orador na Candelária e no
Vale do Anhangabaú.
O resumo da ópera é que derrubamos Collor, uma
vitória tática, mas sofremos uma derrota estratégica. Tivemos que esperar dez
anos pela eleição de Lula em 2002. (Idem.)
No congresso
de fundação do PSTU, as correntes que se unificaram decidiram encerrar qualquer
desconfiança entre elas com uma proposta estatutária: proíbe-se a formação de
tendências e frações, partidos temporários dentro do partido, antes dos
pré-congressos – liberando a formação de documentos individuais para os
militantes. A possibilidade de estatuto de os militantes escreverem, a qualquer
momento, documentos ao partido caiu em desuso como regra interna, sendo na
prática proibida.
POLÍTICAS
IMPRESSIONISTAS
Para melhor
localizar-se sindicalmente, para manter os poderosos aparatos sindicais nas
mãos de um pequeno partido, o PSTU passou a elaborar políticas para
impressionar a vanguarda, que tende a se aproximar das posições mais
radicalizadas. Assim, a elaboração deixou de ser um meio para atuar
politicamente sobre as massas (mesmo que por meio prévio de convencimento do
ativismo) e tornou-se meio de autopropaganda. Aquilo antes meio, ganhar os
ativistas para que estes ajam corretamente sobre as massas, tornou-se um fim
porque os sindicatos também se tornaram um fim em si mesmo.
A busca por
diferenciação constante e artificial em relação às demais correntes levou o
partido a um perfil político duplo. Agita propostas mais radicais do que a realidade
pede enquanto partido[3] e,
por outro lado, age dentro dos limites realistas do trabalho sindical enquanto
organismo sindicalista (lembremos que burocratas, pelegos, também fazem greves
duras). Isso é de tal forma que o jornal partidário não é um “militante e
organizador coletivo”, pois suas matérias defendem os aspectos mais radicais do
programa de modo artificial no lugar de serem um “guia de ação” segundo a
conjuntura. Damos um exemplo: se ocorre alguma inflação dos preços da cesta
básica, exigimos no jornal e no movimento “Todos às greves!” ou “Todos às
greves contra a carestia!” ou “Unificar as greves por salário!”; porém o jornal
Opinião Socialista, do PSTU, frequentemente propôs aquilo que só é exigível em
caso de hiperinflação, não inflação moderada, em caso extremo, ou seja, exigiu
exageradamente “gatilho salarial! – escala móvel de salário! – aumento dos
salários em 3% a cada inflação de 3%!”. Na prática, a militância nunca levava
tão a sério o que estava escrito, formando-se um grande hiato entre a política elaborada
e a realidade dos militantes, e uma relação artificial com a imprensa
partidária.
Vejamos mais
alguns exemplos. Diante do mensalão, sendo corretamente contra o Impeachment de
Lula, o PSTU levantou a proposta “Fora todos!”, que tinha peso algum nenhum na
realidade, na medida em que não era uma situação revolucionária ou de duplo
poder (isso mesmo: “Fora todos”, isto é, fim do regime burguês imediatamente,
até mesmo, no imaginário popular, na prática, fora PSTU). Nos protestos de 2013
por educação, saúde e transporte, a organização teve a chance de levantar
propostas democráticas que teriam força transicional como “10% do PIB para a
educação!” e “Rede única estatal de transporte público!” – mas radicalizou de
modo artificial com “Nem direita nem PT: trabalhadores no poder!” Não havia
organismo de poder operário e popular, não havia disponibilidade de luta armada
de massas, não havia possibilidade de o exército rachar, e assim por diante, e
assim por diante. A proposta simplesmente era muito mais radical que a
conjuntura. No dia a dia, o partido agita palavras de ordem as mais radicais, a
exemplo da defesa de estatizações, à revelia da conjuntura – mesmo em situações
não revolucionárias, etc. No caso da luta por estatizações, vale lembrar que a
direita fascista (Enéias, Bolsonaro até antes de ser candidato à presidente,
etc.) também fazia tais exigências, contra o privatismo – isso ocorre porque
ambos estão baseados nas classes médias, especialmente nos servidores públicos.
Já no começo do governo Bolsonaro, este ainda gozando de grande popularidade, o
PSTU chamou o “Fora Bolsonaro!”. Assim, ganha simpatia da vanguarda por meio de
uma política mais radical do que a possível no momento. Por mais desagradável
que seja uma governança, só chamamos o “Fora”, se chamamos, quando o governo
tem baixo apoio na classe trabalhadora e no setor popular; isso é o ABC da
análise, caracterização e política marxistas, no entanto dirigentes com mais de
30 anos de experiência comentem este erro primário; o motivo disso é o que
explicamos neste capítulo ao afirmamos, em resumo, que tais dirigentes já não
são de fato comunistas, estão focados em manter, e manter-se nos, aparatos
partidários e sindicais (há casos de militantes que são funcionários dos
sindicatos, logo perdem a renda se o partido perde a direção da instituição,
etc.).
Políticas
corretas podem gerar isolamento momentâneo, como ser contra uma guerra quando
toda a nação está unida numa onda nacionalista e militarista. Políticas erradas
podem gerar popularidade momentânea, como chamar o “Fora Bolsonaro” antes da
hora, antes de o governo perder apoio da maioria, junto com a vanguarda
inexperiente e não educada cientificamente na escola marxista.
A postura
ultraesquerdista na verdade é um resultado de seu centrismo. Para manter o
trabalho partidário nos sindicatos, precisa atrair jovens e ativistas, que
tendem a simpatizar com políticas vanguardistas, deslocadas da conjuntura. É o
exemplo da ruptura com a UNE, que gerou uma oposição artificial, um destaque ao
partido, mas a partir de uma política errada, como se provou com os abortos de
duas tentativas de fazer novas entidades estudantis nacionais – a Conlute e,
depois, a ANEL (esta última “fundada” sem o menor balanço do motivo daquela ter
desandado).
Evitamos,
aqui, tratar de documentos internos, especialmente daqueles a partir de 2005,
por haver dúvida sobre se isso seria moral. De qualquer forma, qualquer um que
tenha documentos congressuais do partido perceberá um erro insistente do qual
falamos neste parágrafo. O documento político da direção no pré-congresso deve,
entre outras coisas, dizer em qual situação estamos (não revolucionária,
pré-revolucionária, revolucionária, etc.) e, fundamentalmente, dizer quais
tipos de propostas temos de levantar – as mínimas ou as transicionais? As
democráticas ou as de poder? No entanto, congresso a congresso, o documento
político encerra-se com uma longa lista em resumo de quase todas as palavras de
ordens possíveis. E só. Deveria, ao contrário, indicar quais devem ser as
propostas imediatas e as possíveis nos dois anos seguintes. Por exemplo: se
estamos numa situação pré-revolucionária, deve-se priorizar as propostas
transicionais, deixando as mínimas para a mera rotina, deve-se evitar por
enquanto as propostas de poder, etc. A direção do partido, entre um congresso e
outro, deve elaborar a política diante dos fatos novos e imprevisíveis, pondo
suas propostas políticas para balanço no próximo período congressual
partidário; mas o próprio congresso deve dar o norte – também aprovando
propostas práticas – a partir de uma visão de conjunto do mundo e do país.
Ainda entre um congresso e outro, pode-se fazer, sob democracia burguesa
principalmente, uma conferência nacional para elaborar novas palavras de ordem
e tomar novas decisões caso a conjuntura mude muito ou bruscamente, com os
membros da conferência sendo os mesmos eleitos no congresso anterior ou novos
eleitos nas regionais. Isso não existe no PSTU porque o centro não é a política
partidária, mas a sindical.
TESES DE IMPACTO
Outro
aspecto do impressionismo são as teses de impacto. O partido elabora teses que
visam manter ativas a esperança e a disciplina militantes. O primeiro exemplo
foram as nomeadas teses de 90, que afirmavam “a hora imediata do trotskysmo” e
a abertura de “uma nova etapa revolucionária”; com a queda do muro de Berlim,
teorizou-se que era a hora da máxima ofensiva política, o que se demonstrou um
grande erro. Na mesma época, a direção do PSTU partiu da ideia da completa
impossibilidade de democracia burguesa em países atrasados – algo que era verdadeiro
antes de nossa época, modificado hoje por fatores como a alta urbanização –
para afirmar que o possível governo nacional petista abriria espaço necessário para
o partido revolucionário e para a revolução; o erro impressionista ficou claro
depois. Recentemente, a tese da “reorganização” é a ideologia movente, de modo
artificial, da militância. No lugar de considerar como algo comum e
relativamente constante a renovação dos quadros sindicais e políticos, cria-se
a tese de que há um processo – pouco explicado, aliás, tal como a tese da “onda
conservadora” – de renovação política e sindical de algum modo especial. Todo
dado empírico nesse sentido é posto como prova de tal novismo, ineditismo,
ainda que seja algo de modo algum incomum. É claro, por exemplo, que a
burocratização de uma geração leva a que a próxima surja tendo de enfrentar os
novos burocratas, especialmente em tempos de crise. Isto é apresentado como
grande tese, pincelado com fortes cores, algo que já é esperado. Ao mesmo
tempo, tende-se a associar reorganização apenas com ruptura; daí o erro do
partido de romper com federações e sindicatos antes da hora; é claro que, se
observarmos com atenção, a formação de nova vanguarda também se dá por meio de
oposições, ganhar sindicatos, eleger-se para a CIPA, etc., não somente com
rupturas institucionais.
As teses de
impacto ocorreram também quando se imaginou uma “crise do regime” ou “crise democracia
burguesa” quando nada havia de fato – e deve-se lembrar que tais crises profundas acontecem se sua base econômica
também está em crise. Outro caso: por diversas vezes, caracterizou-se como
pré-revolucionárias situações que não eram de tal tipo; o impressionismo sobre
o estado político social várias vezes tomou conta dos dirigentes e dos
militantes. A perda de noção da realidade, a falta de calibragem, afeta as
organizações revolucionárias muito minoritárias ou aquelas que se transformam
em seitas.
A AÇÃO ELEITORAL
O
ensinamento geral no PSTU afirma que as eleições são táticas, mas costuma-se
esquecer de que o trabalho sindical também o é. Ambos são meios e serão
limitados quando chegar a hora da revolução social.
A posição
sindicalista e a necessidade de uma postura ultraesquerdista para atrair
ativistas levou a que a propaganda eleitoral da organização fosse uma
antipropaganda na prática: aparecia como organização lunática perante as massas
porque apresentava-se com dialeto militante, com propostas deslocadas da
conjuntura, desleixo com a qualidade do material, etc. Tornou-se um partido
folclórico, apenas abaixo, nesse sentido, do PCO e do PRONA de Enéias. A função
da participação nas eleições é ganhar espaço, simpatia, boa audiência – não
foi, com raras exceções, o caso.
O PSTU
melhora a estética de suas propagandas de modo incrível a partir de 2010. No entanto,
apenas a estética: a apresentação melhor de propostas muito mais radicais do
que a conjuntura, por exemplo, não muda a essência do problema.
Em 1998, a
organização é criticada pela LIT por ter enfrentado nas eleições apenas a
direita, que então estava no poder, mas não ter destacado críticas ao PT. Em seguida, em 2002, caiu-se no erro oposto:
focar a crítica ao petismo e ao lulismo. Naquele momento, de enorme esperança
na frente popular, a melhor tática era pedir votos ao Lula ainda no primeiro turno
por pelo menos três motivos: 1) acessar os trabalhadores nas eleições; 2)
ganhar parte da vanguarda que surgiu no processo eleitoral; 2) acelerar a
experiência dos assalariados com o partido reformista por meio de um governo. A
política errada isolou o PSTU. Lembremos do “Esquerdismo” de Lenin, onde ele
afirma que os comunistas da Inglaterra deveriam facilitar, não ser obstáculo, a
eleição do Partido Trabalhista
Com a
formação do PSOL, surgiu novo erro. Apresentou-se como princípio a tática
eleitoral de frente de esquerda ou chapa pura; qualquer variante diferente
punha os militantes em crise, pois eram educados – dentro da política de
diferenciação a qualquer custo – a considerar revolucionário apenas um corpo
tático limitado (sob certas circunstâncias especiais, pode-se mesmo apoiar um
candidato burguês, sendo vetado participar ou apoiar, ainda que criticamente,
qualquer governo no Estado Burguês; mesmo no Estado socialista, só apoiamos o
governo baseado na democracia direta). Dessa forma, quando há uma frente no
Pará com a presença do PCdoB, que ao menos é um partido de esquerda, mas era
governista, a militância entrou em crise. A solução foi a pior possível: após
eleger o vereador Cleber Rabelo pela frente, o PSTU rompeu com esta de modo
denuncista para recuperar a moral perante a vanguarda e sua própria base.
Deveria manter o apoio, reeducar a militância, mas não participar do possível
governo do PSOL, sendo oposição a ele.
O cidadão
comum e mesmo o ativista veem o PSTU como seita, em grande parte por sua
desajeitada atuação eleitoral. Quando entra no partido, ao ser convencido, ele
algo que tem o que chamamos em psicologia de alucinação negativa, esquece o
caráter de seita da organização, pensando que isso ocorre apenas porque o
partido que é revolucionário é de fato rejeitado por suas qualidades, não por
seus defeitos… Apenas quando se afasta por motivos bruscos, tem a possibilidade
de ver novamente, agora preenchido pela experiência, o caráter deslocado da
realidade na organização. O interno externaliza-se, expressando-se, por
exemplo, em momentos de mais audiência eleitoral.
O PSTU
tentou atrair o PSOL afirmando que este é centrista (na verdade, apenas
reformista), melhor pressionável – mas a proposta regular de frente eleitoral
com os psolistas e por uma unificação sindical revela que é aquele, o PSTU, que
estava cedendo às pressões, que estava “centrizando” diante de outro partido. O
erro de fazer uma unificação das centrais Conlutas, dirigida pelo PSTU, e
Interssindical, dirigida pelo PSOL, logo se revelou com a implosão vergonhosa
do congresso que tinha esta tarefa (a burocracia sindical do PSOL queria com
isso destruir a grande experiência da Conlutas).
Ainda no
tema deste subcapítulo, observa-se a pressa de se livrar das tarefas
eleitorais, de disputar a consciência da maioria, especialmente no voto nulo. O
PSTU aprova em muitos segundos turnos uma nota oficial pelo voto nulo – mas não
milita por este voto, não o disputa. Ganharia moral em fábricas e bairros
populares se fosse à campanha por este tipo de votação, ainda que com uma
disciplina menor em relação a quando apresentou os próprios candidatos. Nestes
casos, quanto mais votos nulos tivesse, mais frágil seria o governo burguês de
plantão.
O GOVERNO DO PT: A GRANDE PROVA
O PSTU
evitou o desvio oportunista típico das organizações de esquerda durante os
governos de frente popular. Mas desaguou-se no erro oposto, quer seja, o
sectarismo.
O reformismo
e suas frentes populares são uma armadilha ilusória não somente porque passam a
ideia falsa de que faz um governo dos trabalhadores; também é um risco, pois,
na medida dos limites do capital, se possível, faz algumas reformas, ainda que
limitadas.
O REUNI, por
exemplo, ampliou as vagas universitárias e colocou no ensino superior filhos
dos trabalhadores. O que seria correto fazer? Denunciar os limites do programa
e exigir mais verbas; era preciso dizer “isso é bom, mas ainda é pouco”. Essa
forma de fazer política, diante de uma reforma exigir sempre mais, é o que Marx
nomeou revolução permanente
O partido
deixou de ver as reformas, na maioria dos casos chamando-as contrarreformas, e,
logo, deixou de fazer exigência por aprofundamento das melhorias. Por exemplo:
numa posição sindicalista, colocou-se contra o programa “Mais Médicos”, que
melhorava a vida da classe trabalhadora e era contra a aristocracia dos médicos
nacionais. O correto seria exigir mais verbas, mais SUS, melhores salários aos
cubanos, etc.
A combinação
de governo de frente popular com algum crescimento econômico, situação não
revolucionária, tendeu a colocar os revolucionários em minoria ou com pressões
degenerativas; faltava base social para um partido comunista. Isso foi
aprofundado pelos erros políticos da direção do PSTU.
Como é
comum, em especial em épocas de crise, a frente popular do PT foi a antessala
de um golpe. É uma lei histórica relativa que tal tipo anormal de governo,
frente populista, produza o golpismo contra si e contra os trabalhadores. No
entanto, o PSTU negou-se a colocar-se contra o golpismo, vendo aí até um
fenômeno progressivo (no caso, os protestos da classe média aristocrática
pedindo o fim da gestão e… poder militar). O golpe de Estado reacionário, não
contrarrevolucionário[4],
visava acelerar os ataques contra os trabalhadores, pois o governo Dilma, ao
perder as ruas e o apoio da população assalariada, era incapaz de aprofundar
ainda mais as contrarreformas[5]
(na mente dos burgueses, o bloqueio do PT sobre fazer mais e novos ataques
contra a maioria soou para eles como um limite classista do governo e do
partido, como se ligado aos trabalhadores e aos “terroristas dos sindicatos”;
mas é apenas um engano do pensamento vulgar da classe dominante[6]).
O governo Dilma merecia cair por derrubar a qualidade de vida dos assalariados,
mas nunca por meio de um golpe jurídico-parlamentar: a saída seria exigir a
antecipação das eleições gerais, forçar os limites democráticos do regime cuja
patronal queria impor duras derrotas sobre os trabalhadores.
O PSTU,
neste momento histórico, falhou na prova de fogo do frente populismo.
Cristalizou-se como seita.
ALGUMAS
CARACTERÍSTICAS
Vale a pena
entrar nos detalhes amplos e de rotina da organização, os “pequenos nadas”, as
expressões do centrismo na prática, etc. A vida partidária responde à sequência
de erros do partido, acomodando-se a eles, e às conjunturas impróprias a uma
organização vermelha, gerando uma estabilidade interna negativa.
1.
Algo comum
na militância, os dirigentes médios argumentam frequentemente que “esta
proposta não é possível, pois a consciência das massas ainda está atrasada”.
Isso é um erro. Nós nunca nos acomodamos à consciência das massas – nós a
disputamos, procuramos elevá-la. As propostas práticas partidárias levam em
conta, em primeiro lugar, as condições objetivas da realidade: situações de
estabilidade exigem propostas mais leves, situações radicais exigem propostas
mais radicais. Nem mais nem menos. Após a análise da objetividade, apenas após,
consideramos a situação subjetiva. Observamos a subjetividade para melhor
elaborar as palavras de ordem, para escolher estas ou aquelas propostas em
hierarquia, etc. O fator subjetivo pesa muito, mas nunca é o determinante.
Vejamos um exemplo. Se há dura crise econômica com alto desemprego, existe a possibilidade
latente de socialismo, porém os trabalhadores consideram o revolucionamento da
sociedade uma utopia. O que devemos fazer? Com o baixo emprego, temos de exigir
“Escala móvel de tempo de trabalho!” ou “redução já da jornada, com o mesmo
salário, na proporção que gere desemprego zero!” De início, tal proposta
parecerá bastante radical para a maioria, no entanto, na medida em que a
situação não melhora substancialmente, na medida em que agitamos esta proposta
com força e em todo canto, os trabalhadores adotarão a fórmula para si – e isso
levará a uma tentativa de saída “reformista” que levará o país para as portas
do poder operário e popular.
2.
Outro hábito
ocorre quando ao esperar que os documentos internos, especialmente os
congressuais, sejam impressionantes, motivadores. Entra aí o perfil
impressionista. Os militantes são previamente condicionados a concordar com a
direção nacional, algo quase religioso. O membro que concorda e defende a
posição oficial é valorizado, ganha pontos, enquanto o militante crítico entra
numa posição defensiva. O curioso é que, normalmente, o militante só esboça
críticas quando está em crise com o partido ou em vias de sair da organização.
A cultura de elaboração coletiva, de pensamento livre, não existe aí. Num partido
revolucionário, é preciso educar intensivamente para a capacidade de pensamento
autônomo (aprender a fazer análise de conjuntura, ganhar experiência, estudar,
desenvolver o raciocínio dialético, etc.); num partido onde há pequeno poder,
onde se quer preservar os mesmos quadros, um militante que se tornar
inteligente demais deve ser excluído.
3.
Ao afastar o
militante, usa-se comumente uma tática estalinista ao dizer: o antigo membro é
“lupem”, burocrata, etc. Visa-se blindar os militantes contra as possíveis
críticas dos ex-membros. A quantidade enorme de afastamentos formalmente
individuais, nucleares, exige superar a visão parcial e ver que tal grande
quantidade de desligamentos deve ter uma causalidade comum.
4.
Herdou-se de
Nahuel Moreno a cultura de fazer autocrítica. No entanto, tal hábito tornou um
modo dos dirigentes pouco sofrerem as consequências de seus erros,
preservando-se. É um tipo de manobra comum.
5.
Formalmente,
os dirigentes são eleitos pela base (algo permitido com mais facilidade pela democracia
burguesa). Ocorre que é apenas uma formalidade: os dirigentes escolhem quais
serão os novos dirigentes, no lugar de essa preparação ser feita por eleição –
a base deve, ela mesma, votar quais militantes serão preparados como dirigentes
futuros. Isso não ocorre, a escolha é arbitrária. Na prática, os dirigentes
escolhem novos membros das equipes de direção e a base apenas confirma, sem ter
muito que fazer sobre.
6.
O nível
teórico dos quadros geralmente é baixa. Quando um militante evita o tarefismo
praticista para dedicar-se um tanto mais aos estudos da teoria, passa a ser
visto como um diletante e um militante menor.
7.
Quando um
militante torna-se “esperto demais”, os dirigentes oferecem novas e pesadas
tarefas ao membro rebelde, como se uma forma de reconhecimento, mas apenas para
que este “quebre”, tome responsabilidades altas sem ser antes preparado para
isso. Aí vem a desmoralização do membro.
8.
Em regionais
e sedes não proletárias, a maioria, a classe média dentro do partido torna o
ambiente insuportável aos operários e aos mais precários. Há até mesmo desdém,
semi-inconsciente em alguns casos, de militantes contra aqueles membros “com
cara de empregada doméstica”. Fato é que o partido tornou-se uma espécie de
clube – como diz Moreno: quer-se viver dentro da organização – em que regras
formais e, importante notar, informais devem ser critérios para participação.
9.
Entre as
expressões do centrismo no cotidiano militante, observamos a tendência a
considerar sempre positivo o balanço das tarefas. Porque não foi um desastre
evidente ou gritante, tem-se a cultura de “otimismo” na avaliação das ações
práticas dos militantes. Entre todas as consequências ruins desse hábito,
atrasa-se a formação dos militantes e o desenvolvimento do partido ao deixar de
ver seus próprios erros como se deve.
10.
Entre as más
influências do PT, do entrismo, sobre o PSTU está a tendência à valorização dos
militantes de melhor oratória. Tal habilidade é boa para ganhar eleições e
sindicatos, mas quase secundário para a causa socialista. Muitos militantes
chegam a pensar que fazem muito ao muito e muito bem discursar nas assembleias,
enquanto outros militantes envolvem-se em tarefas invisíveis essenciais[7].
Os militantes que são ótimos organizadores, teóricos, etc. poucas vezes recebem
o mesmo crédito informal.
11.
Por muito
tempo, o partido teve o hábito de reunir-se frequentemente “às pressas” no
formato de plenárias. Outro hábito de origem petista, pois a plenária na
prática, por reunir muito para tarefas imediatas, pouco debate e o dirigente
decide, além de ter importância maior a oratória. Em outros casos, não havia
reunião de célula de base (núcleo) regular e o dirigente resolvia tudo por
telefonema, decidindo ele mesmo a política e as tarefas. Isso é péssimo para a
disciplina que a própria vida sindicalista exige, por isso o partido combate
até hoje, com menos ou mais sucesso, esse desvio organizativo.
12.
Com a
formação mais regular das células (núcleos), contra o erro comum demonstrado no
ponto 11, outro problema revelou-se: o pequeno poder. Na prática, o dirigente
político do organismo decide tudo e apenas debate detalhes, como aplicar, quem
vai para esta ou aquela tarefa. Nada há de debate real e elaboração coletiva.
UM PARTIDO
DA REVOLUÇÃO?
O centrismo
ultraesquerdista tem a aparência de um partido revolucionário. Sua natureza vem
da presença da classe média – incluso dirigente sindicais – em seus postos de
comando, baixo peso operário e largo peso estudantil.
A história,
no entanto, usa dos meios dispostos diante de si para fazer valer sua vontade.
As revoluções sociais do século XX, exceção da revolução russa, foram lideradas
por organizações centristas, que se viram forçadas objetivamente ao caminho da
economia planejada. Há a hipótese de ser este o caso do PSTU ou PCB no futuro
próximo, na falta de uma organização revolucionária independente.
É improvável
que o partido corrija seu perfil geral. Sua coluna central de dirigentes parece
ter cristalizado o caráter pequeno burguês de suas ações. Sendo uma previsão,
pode estar errada: se uma reviravolta partidária ocorrer por pressão da luta de
classes e da crise?…
Há pelo
menos dois acertos destacáveis da organização: 1) a formação da CSP-Conlutas;
2) a prática internacionalista. Mesmo um relógio quebrado acerta as horas duas
vezes ao dia. Tais acertos demonstram que o centrismo difere-se do reformismo
porque aquele tem em si certo hibridismo, entre a reforma e a revolução. E é
incapaz de superar seus limites, que expressam a classe média, entre o operário
e o burguês. Tais acertos também respondem ao passado da organização, que foi
de fato um partido comunista até degenerar-se em centrismo ultraesquerdista
perante a soma de governo de frente popular com algum crescimento econômico e o
recuo da luta de classes nas décadas de 1990 e 2000. Mais ou menos 20 anos de
recuos, derrotas, frente populares, quase marginalidade, etc. cobram um pesado
preço.
Diante da
defensiva, o PSTU focou por mais de uma década no movimento estudantil e foi
incapaz de proletarizar-se nos últimos anos, especialmente desde 2005. Na
década de 1990 teria acertado se, fazendo um giro temporário, apostasse também
no movimento popular urbano por moradia, então nascente. Hoje seria, se
estivesse tomado tal caminho, a direção majoritária dos sem-teto.
O PSTU é
ainda o mais operário dos partidos da esquerda radical. Mas tem peso maior no
operariado aristocrático (petroleiros, etc.), nos funcionários públicos, na
burocracia sindical de esquerda e entre estudantes de classe média. Em parte, é
vítima do destino. A conjuntura reacionária após a queda de Collor de modo
algum ajudou na cristalização do recém-fundado partido expulso do PT.
[1]
Valério Arcary demonstra em palestra que os organismos internos do PT, os de
base em especial, tinham baixíssima presença de trabalhadores, sendo
hegemonizados por jovens militantes
[2]
Como no Brasil grandes mudanças aconteceram pelo alto, pela superestrutura –
fim da condição de colônia pela vinda da família real, independência, fim da
escravidão por decreto, início da república por golpe, modernização por governo
ditatorial de Getúlio, queda da ditadura militar por acordos e gradualmente –,
isso afeta a mentalidade dos dirigentes partidários, que caem no
superestruturalismo. A questão central, por exemplo, é ganhar o sindicato no tudo
ou nada, quando o foco deveria ser ganhar a consciência da base no local de
trabalho.
[3]
Formalmente, um “mandelismo”, como criticado por Moreno em sua obra O Partido e
a Revolução.
[4]
Eduardo Almeida, hoje, infelizmente, apesar de seu balanço real, dirigente da
LIT, afirma: “Com o impeachment, não houve nenhuma mudança em relação ao regime
democrático burguês. Se houvesse realmente um golpe, teria havido uma mudança
para um regime repressor, para uma ditadura. Mas isso não ocorreu.”
[5]
Almeida continua: “A maioria da burguesia, que se deu muito bem com o PT por 14
anos, rompeu com Dilma e apoiou o impeachment. O PT já não tinha bases para
conseguir implementar os novos planos de reformas que a burguesia queria.
Assim, a burguesia aprovou impeachment e colocou o vice-presidente de Dilma,
Michel Temer, no poder.” (Idem) Ora, se
o golpe visava acelerar e até permitir ataques contra os trabalhadores, logo
deveríamos ser contra ele… O autor citado responde: “Naquele momento, o PSTU,
corretamente, não saiu em defesa do governo burguês de Dilma, nem apoiou a
manobra para empossar Temer, defendendo ‘Fora Todos Eles!’.” Veja-se o grau
artificial de impressionismo! A palavra de ordem “Fora todos eles!” serviu
apenas para evitar assumir qualquer responsabilidade real na luta de classes,
uma consigna inútil para aquela conjuntura, uma proposta – bastante duvidosa
até para a revolução – apenas (insistimos, apenas) para situações
revolucionárias, nem mais nem menos, apresentada de modo ultraesquerdista numa
situação em que ela não cabia e em que ela não mobilizaria a classe
trabalhadora. É preciso destacar que aí há um vestígio da política errada LIT,
o “nem-nem”. Em vez de elaborar uma proposta real, positiva, a direção da
internacional muitas vezes cai em “nem isto nem aquilo”, “nem Assad nem
imperialismo”, “nem golpe nem roubo eleitoral”, etc. Isso é uma forma pobre,
“fácil” e equivocada de elaborar política, deve ser abandonada, pois nada
propõe de fato (e há que se propor de acordo com as circunstâncias, sem
políticas mais radicais do que a conjuntura como forma de fugir da
responsabilidade). Outro erro da LIT, semelhante: a metáfora do “queimou um
fusível”; é uma retórica sofística, pois deixa entender que há uma quantidade
limitada de fusíveis, até a hora final finalmente… Mas o capital, com seus
poderosos meios, pode sempre produzir novas lideranças artificiais; por isso, a
queda de um governante no Egito pode bem ser golpe dos militares, não uma
vitória, assim como a queda da Dilma não é, também, “queimar um fusível”.
[6] Aí
é possível ver como a classe dominante age enquanto máfia, escondendo o que
está de fato em jogo. Após o golpe, o vice, Temer, assumiu o governo, sem cair
junto à Dilma por “impedimento”; então, para garantir que ele fizesse todos os
ataques possíveis contra a classe trabalhadora, a justiça impediu que ele fosse
capaz de se reeleger, ou seja, que não buscasse apoio popular. A possibilidade
de reeleição, porque o governo quer manter-se, atrasa os ataques sociais; isso
foi evitado no governo golpista por ação burguesa por detrás do palco político.
[7] Os
operários também dão grande importância ao uso das palavras, mas é algo típico
da classe média, cujo trabalho dá grande peso ao discurso ou há baixa ação
prática no cotidiano, diferente de entre o proletariado. O caráter de classe
dos membros do PSTU, pertencentes aos setores médios, leva a chamar “um quadro
de destaque” e “um grande talento” aqueles bons oradores.
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