AS QUESTÕES
ABERTAS NA FÍSICA MODERNA
J. P. Teresina-PI
Em sua
Dialética da natureza, Engels apenas levanta várias questões ainda não
resolvidas pela ciência. Muitos pontos foram resolvidos, mas a ciência moderna
trouxe novos enigmas. Aqui, iremos um tanto mais longe, pois apresentaremos uma
proposta de resolução das lacunas teóricas. A base é nossa equação qualitativa
antes exposta resumida em "matéria como espaço concentrado". Uma proposta teórica
no geral correta deve apresentar soluções para quase todas as lacunas da
ciência.
1. Efeito Casimir
Comecemos
por uma questão apenas na aparência resolvida, que reforçará na empiria nossa
tese. O experimento é este: põe-se duas placas especiais próximas dentro de uma
caixa a vácuo. Ocorre que tais placas aproximam-se, revelando uma pressão maior
do lado de fora delas, forçando rumo ao encontro de ambas. Seria a prova de uma
energia de ponto zero! Partículas virtuais surgem e deixam de surgir do “nada”!
Mas o vácuo não exclui o espaço e, teorizamos, espaço é energia – logo
flutuações do espaço faz ele se concentrar produzindo as tais partículas. Eis a
prova de que espaço é matéria e energia (e luz etc.).
Veja ao
autolimite posta pelos físicos e seus filósofos ao focarem na diferença entre
espaço e todo o resto no lugar de ver sua unidade, e identidade de fundo, real:
Notamos já que na relatividade geral o próprio
espaço-tempo tem massa-energia. Mas a massa-energia é o aspecto básico
característico da matéria, tal como a entendemos habitualmente. Se até a
distinção entre a matéria e o próprio espaço-tempo é problemática, podemos
ainda falar de “relações entre coisas materiais” em oposição ao “próprio
espaço-tempo”? (Sklar, 2020, p. 60)
Há
consequências totais de nossa reinterpretação de um experimento. Bohm critica a
aleatoriedade da física quântica afirmando que existe um nível ainda mais
abaixo, fundamental, subquântico; são, para ele, as variáveis ocultas da
causalidade oculta na probabilidade. Neste reino, haveria uma substância e suas
entidades, partículas etc. Mas há um grande problema: um nível micro tem um
nível ainda mais abaixo, que tem outro mais abaixo, que tem outro etc. – ao
infinito, má infinitude. Aqui, para nós, o nível mais fundamental é o espaço,
talvez com partículas espaciais (a matéria escura como espaço discreto,
particular etc.). Assim, concluímos, flutuações do meio, do espaço, afetam as
partículas fundamentais. Um grande problema teórico aparece como com solução
óbvia apenas depois de resolvido.
2. Positivo e negativo nas partículas
A ciência da
natureza, em geral, foca no como, o caminho mais fácil, e esquece de saber o
motivo. O que é positivo ou negativo? Não sabemos, sequer fazemos a pergunta.
Na verdade ocorre algo do tipo: algo inteiro, nem negativo nem positivo em si,
decai em pedaços, inteiros por si mesmos, que são também partes. O nêutron decai
em dois, próton e elétron; um desliza para dentro do outro porque são, no fundo
e na origem, apenas um, um algo de fato completo. Assim, são opostos no
externo, mas atraem-se porque são o mesmo e semelhantes no interno. Isso vale
para vários tipos de decaimento, de opostos que já foram juntos e um, como o
elétron e o antineutrino, além dos famosos elétron com próton.
Por que,
então, dois prótons se repelem? Ou por que o elétron não cai no próton? Parecem
duis perguntas, mas têm o mesmo princípio e resposta. O senso comum pensa o
campo como certa camada protetora, o que os cientistas negam; mas o próton é
mais do que sua parte “visível”, pois tem um “campo próximo” e, portanto, uma
fronteira, um limite. Dois prótons se repelem porque são excessos, desencaixe
um relativo ao outro; o mesmo para dois elétrons. Um elétron e um antielétron,
pósitron, atraem-se porque são antes, ontologicamente, o mesmo, como se pedaços
inteiros de um inteiro. Também assim, o elétron não cai naturalmente no próton
porque ambos, sendo pedaços, são ainda inteiros por si, com fronteira própria.
Na química e
na física, o próton é tomado como carga +1 e o elétron, -1. Como que dois
objetos tão diferentes têm exato a mesma carga com sinais opostos? Que sorte do
próton! Em verdade, tal matematização apenas expressa a aparência, enquanto
pomos a essência de tal fenômeno.
Isso nos
leva à próxima questão.
3. A matéria e a antimatéria no início do
universo
A física
atual postula que o decaimento do universo em sua expansão original deveria
formar a mesma quantidade de matéria e antimatéria, logo elas se atrairiam
mutualmente, aniquilando-se em forma energia, de luz – mas isso não aconteceu,
pois temos ainda a matéria comum no nosso universo, bariônica. Por quê? Uma
resposta é que o universo se contrai e se expande para sempre sem cair nesse
estágio inicial. Os físicos tratam de afirmar como evidente que não existiu tal
“explosão” ou que há uma pequena diferença, até hoje não encontrada, entre os
opostos. Outra resolução, propomos, é que de fato houve mesmo o grande encontro
de matéria e antimatéria, destruindo ambos, e a energia resultante disso decaiu
rapidamente em espaço, este expandindo-se salvando um pequena parte da matéria
e, talvez e longe, da antimatéria do universo.
4. O segredo da matéria escura e da energia
escura.
A gravidade
extra nas partes mais distantes da galáxia não corresponde com a massa-matéria
existente, logo há alguma matéria transparente, invisível, criando a gravidade
extra encontrada, uma espécie de cola. Como resolver tal quebra-cabeça? Matéria
é espaço condensado, logo matéria escura é uma forma leve de matéria, de espaço
(o que está de acordo com a tese semelhante de Marcelo Gleiser).
Segunda hipótese, talvez – ou também –, por a matéria ser espaço concentrado
para dentro de si, a matéria bariônica e/ou os buracos negros sugam para si
mesmos uma parte do espaço, esticando-o, tornando-o tenso, logo com mais
energia, logo com gravidade extra.
E a energia
escura? O universo está se expandindo, o que sugere uma energia escura,
transparente, de repulsão. Se formos logicistas: matéria é energia e espaço;
logo energia e matéria escuras são o mesmo, além de opostos, este decaindo
naquele. A matéria e a luz do universo decaem em espaço, o que expande o
cosmos. Talvez outras causas incluem como o contrair dos universos vizinhos,
por ação de seus buracos negros, esticando o nosso.
Pode ser que
a diferença de matéria escura e energia escura é que um seja espaço contínuo e
o outro como espaço discreto, granulado.
A matéria
escura, extra, entre galáxias pode ocorrer porque os buracos negros e a matéria
sugam e esticam parte do espaço, gerando nele tensão, logo energia, logo
gravidade.
É possível
observar também, de modo matemático, se os buracos negros servem de
trituradores da matéria, produzindo espaço, que tem velocidade de escape o
bastante, ao menos não nos grandes buracos negros, o que exigiria adaptação de
nossa formulação universal aqui, como o fato de por isso produzir matéria
escura que decai em energia escura (espaço).
5. Entrelaçamento quântico
Descobriu-se,
primeiro no cálculo e depois na empiria, que dois fótons que juntos surgem e
são separados estão “ligados” mesmo se distantes um do outro, ou seja, se
medirmos um aqui e descobrimos que ele está com o spin para cima, logo o outro
ali estará com o spin para baixo (antes, ambos estavam no estado de
sobreposição, nem para cima nem para baixo em exato). O assunto irritava
Einstein, então ele supôs que a teoria quântica estava incompleta. Ora, basta
aceitar, de modo materialista, que eles estão de fato em uma “ação
fantasmagórica à distância”, instantânea, pois estão ligados por um fio de
espaço, por um fio de linha de campo comum.
6. Enigma da fenda dupla
Imaginemos
uma placa com duas fendas, duas entradas; se um elétron ou fóton passa por um,
logo não deveria passar por outro, agindo como uma partícula que de fato é.
Mas, ao passar, vez por vez, várias partículas, elas batem na última placa e
forma um padrão de onda, não de partícula! No lugar de baterem em apenas dois
lugares, por serem duas fendas, elas batem em vários, como se ondas fossem
ainda sendo particular! Às vezes, os físicos se apaixonam demais pela magia de
seus mistérios no lugar de resolvê-los. Talvez, algumas partículas não rompam
totalmente, apenas de modo relativo, com o espaço ao redor; ou, ao menos, eles
têm um “campo próximo” que se afeta pela outra fenda (a partícula passar por
uma fenda, mas sofre interferência como se passasse pelas duas).
7. Salto quântico
Um elétron
“orbitando” o núcleo está aqui e desaparece, reaparecendo quase ao mesmo tempo
ali, em ouro ponto. Como ele saltou, como desparecer e reaparecer “longe” e não
percorrer um caminho até o outro local? A posição do elétron depende de si
(nível de energia), do núcleo e do seu contexto. Pense-se no lençol esticado;
pois bem; ele, sendo o espaço, é concentrado um pouco num canto por uma mão,
formando um pequeno “morro”, nossa partícula; se, então, fazemos outro “morro”
em outro canto do lençol, aquele primeiro se desfaz, pois houve novo
esticamento. Assim, o elétron desaparece aqui e reaparece ali. Outras formas de
dizer isso, são estes: 1) o elétron decai, colapsa, em espaço que se
reconcentra em outro ponto segundo seu contexto; ou 2) o elétron desaba em
neutrinos “emaranhados” que se reconcentram em outro local, reformando o
elétron mais uma vez. Esse caso serve para o exemplo da passagem do elétron por
uma chapa fotográfica, deixando marcas não contínuas, discretas e afastas umas
das outras, de gotículas de prata. Para o positivismo, apenas descreve-se que a
coisa desaparece aqui e aparece depois ali, sem mais, sem caminho para. Outra
hipótese é que o elétron se torna energia pura, sem uma de suas formas, na
quarta dimensão, então retorna, mas isso me parece nem sequer indiretamente
verificável, além de improvável também.
8. A escassez de buracos negros intermediários
Ainda não
encontramos buracos negros de tamanho intermediário nem sequer na quantidade
esperada; eis o mistério. Ao que parece, tais entidades cósmicas são
produtivas, sugam matéria e… espaço. Por isso, são maiores do que deveriam ser
se passivas ou semipassivas.
9. Unificação de campos
Para a
teoria quântica de campos, cada partícula é a “ponta”, a expressão de um campo
específico e amplo. No real, todos os campos são um porque são apenas o espaço,
já que cada partícula é espaço condensado, ou o campo é a forma mais leve do
próprio espaço, mas um tanto condensado. É, antes, a partícula que faz o campo;
não o campo, a partícula. O fato de ela ser espaço condensado, ser algo com
“peso”, a gravidade em nível superior (força forte etc.), forma o campo
correspondente ou o campo próximo.
1.
As dimensões
A teoria das
cordas diz que as partículas são, na verdade, cordas de uma só dimensão,
unidimensionais, que vibram cada qual de modo diferente e são de formas
diferentes. Até o momento, provou-se impossível comprová-la. Tal hipótese
trabalhava com 11 dimensões, agora reduzida para 6. Para nós, há quatro,
incluso uma espacial oculta, que se manifesta como tempo. A fita de moebius tem
apenas um lado, mas parece ter dois quando vista por apenas um pedaço dela.
Algo semelhante temos na garrafa de Klein, com seu dentro-fora unitário. Penso
que as três dimensões são também, assim, há apenas uma dimensão, o infinito, o
todo, que por isso é dimensão nenhuma, mas tem quatro dimensões quando visto
por seus pedaços, suas partes.
2.
Dualidade onda-partícula
A física
dividiu-se por séculos entre aqueles que diziam a luz ser partícula ou, ao
contrário, onda. A dialética pede a substituição possível do “isto ou aquilo”
por “isto e aquilo” em inúmeros casos. Se houvesse uma boa formação filosófica,
os cientistas teriam ao menos levado em conta a hipótese de que ambas as
posições acertam e erram ao mesmo tempo, bem antes do século XX. Luz não é
apenas onda “e” partícula, mas propriamente uma sobreposição dos dois estados
opostos – o dialético em ato! Mantendo nossa posição de que, em resumo da
fórmula, tudo é espaço, ainda que concentrado, a parte ondular das partículas
ocorre porque elas não rompem totalmente com sua base, o ambiente primeiro, o
espaço, mas flui assim mesmo por ele, nele, sendo ele. Talvez exista
“resistência” e “atrito” do espaço, gerando instabilidade e ondulação.
12. Excesso de raios cósmicos
Sabe-se que
a maior parte dos raios cósmicos que encontramos no espaço interplanetário não
vem do Sol. De onde viriam? Uma parte pode ter origem nas flutuações do espaço,
produzindo tal matéria-luz.
13. Spin do elétron
O spin do
elétron é uma “rotação” muitas vezes maior que o permitida pelas leis da
física. Na falta de explicação, os físicos dizem “é assim mesmo, um mundo
diferente” e ponto, e pronto. Isso não ajuda, apenas esconde uma ignorância.
Como demonstramos em nossa equação qualitativa, movimento = energia = tempo =
etc. Assim, o que medimos como apenas movimento de rotação é na verdade mistura
com seus diferentes, outros de si, que são também idênticos, iguais.
14. A origem do movimento
O movimento
é, sempre foi e será. Mas qual a sua causa primeira? A matéria e a luz caem na
quarta dimensão espacial, no infinito, como a si mesmas (o infinito não cabe
dentro do universo finito, por isso se manifesta como tempo, sendo a quarta
dimensão espacial). É possível, também, que o vazio infinito cai sempre em si
próprio e, sob tensão, desabe no “´átomo prrimordial”, dando origem ao primeiro
Big Bang.
O paradoxo
de Zenão é resolvido assim: a flecha percorre o espaço-tempo porque ela é o
próprio espaço-tempo em Movimento – está e não está parada; pousada sobre si,
move-se, cai-se.
15. Multiverso no tempo e no espaço
Retomemos o
assunto acima: há o multiverso no tempo, com o nosso universo crescendo e,
depois, reduzindo de modo cíclico, para crescer novamente; e o multiverso no
espaço, com vários universos separados. Mas podemos fundir no universo no
espaço-tempo. Porque o universo se expande? Uma das causas, além das internas,
é que outros universos estão contraindo, sugando espaço em alto nível por fusão
de seus buracos negros, que sugam o tecido espacial (ainda que lentamente). O
problema de os universos separados no espaço não serem empiricamente observável
está resolvido porque eles interagem por meio do espaço único deles, caso
existam.
Deriva-se,
então, outra hipótese. Se 1) todo o destino do universo está determinado desde
o Big Bang e se 2) o universo contrai-se e expande-se ciclicamente – então o
mesmo universo, exatamente igual, surge e ressurge, repetindo tudo num “eterno
retorno”; temos, neste caso, a “reencarnação”, pois reapareceremos no próximo
universo fazendo sempre o mesmo. Mas se há processo, além de circular, pode ser
que o próximo início, do próximo universo, tenha pequenas variações de começo
que mudam todo o destino, as condições iniciais determinam as condições
finais). Eis uma questão em aberto, mas que aterroriza o pensamento, logo o
meio científico evita tais tipos de questões.
16. As quatro forças unificadas
Em minha
filosofia, temos a tríade, algo hegeliano, e o colateral, nossa atualização,
algo que está ao mesmo tempo dentro e fora. Isso parece se confirmar com a
unificação das três forças fundamentais (a nuclear forte, a nuclear fraca e a
eletromagnética) sem conseguir incluir a gravidade, a quarta. Mas isso é
logica, não ciência concreta. Ao que me parece, por tudo ser espaço concentrado
para dentro de si chegamos à unificação das quatro “forças”, que não são, na
verdade, força alguma. Assim, a força nuclear forte é a mesma da gravidade,
pois é o núcleo atômico concentrado, para dentro de si, caindo em si próprio,
mantendo-se unido. A força repulsiva nuclear fraca deriva pela mesma causa, com
efeitos opostos, pois a gravidade é também espaço condensado, para dentro de
si, na coisa, o que causa repulsão das partes no núcleo, por exemplo.
17.A unidade
do próton
O próton,
partícula do núcleo do átomo, é formada por três partículas, os quarks, que,
diferentes e opostos, dois para um, se atraem e se repelem. O que mantém sua
unidade na sua força forte é o glúon, certa partícula mediadora que transita
entre elas. Isso vale também para o nêutron, um pouco mais pesado. Se operamos
uma força enorme para arrancar um quark, este ato dá energia, força, tensão, ao
material unido, permitindo criar do “nada” (espaço!) outra partícula, pois elas
só existem em três, juntas, um sistema orgânico. O ato de arrancar dá
condições, como algo elástico esticado, de criar. Ora, se tudo é espaço
condensado, talvez tais pequenas entidades estejam ainda por “dentro” do
espaço, logo esticar uma delas para que saia do conjunto, dá energia-espaço ao
próprio espaço, fazendo brotar dele nova parceira (espaço condensado).
Esta
hipótese, além de outras, quebra o ortodoxismo, mas isso não significa que a
versão ortodoxa, não esta, está incorreta (o espaço concentrado serve de “cola”).
Um novo paradigma muda a forma de ver o mundo, de interpretar os fenômenos
físicos, caso, por exemplo, do Efeito Casimir logo acima. Ademais, muitas
conclusões aparentemente provadas pela empiria terão de ser revistas, se outro
modo de visão surgir. Partículas efêmeras, de pouca duração, surgem
simplesmente porque é possível suas existências, sem necessariamente significar
que há um campo específico subjacente, caso do Bóson de Higgs, já que todos os
campos tornam-se um, o espaço, e é a partícula quem faz seu campo próximo, não
o inverso. A matéria torna-se massa, a substância cria seu próprio acidente a
partir de si mesmo como matéria-prima, sem a necessidade de campo específico ou
da brevíssima “partícula de Deus”, talvez pelo limite imposto pelo espaço
“vazio” e “sem” atrito (a metáfora de andar mais lentamente na água é usada
para explicar o campo que dá massa, mas pode ser reduzida ao espaço também). Mas
é claro que rirão de um marxista metendo a colher naquilo que não domina…
Afirmar que o gigantesco colisor de partículas – templo do empirismo e do
reducionismo – de pouco serviu também não ajuda. Logo, devemos ter paciência
sobre a intromissão, necessária mesmo com seus deslizes, da filosofia no mundo
científico.
18. Tunelamento
quântico
Na memória de
computador SSD, faz-se um elétron “atravessar” um isolante ao ser atraído para
o lado de dentro positivo do material, isolado – como ele atravessa? É como se
uma bola de futebol atravessasse uma parede grossa sem destruí-la. Uma
partícula alfa, núcleo de um hélio, dois prótons e dois nêutrons, logo
radiação, sai de dentro de um núcleo atómico pesado e instável, mas isso
exigiria muito mais energia do que a disponível para ir-se, para ir além da
força forte – como ele atravessa? O elétron ao ser atraído, ao ser puxado,
força o isolante inatravessável – mas isso faz o elétron desmanchar-se talvez
em onda, mas principalmente em espaço, pois energia é espaço, desse modo a
barreira não é barreira alguma, pois tudo é feito basicamente de espaço vazio
com alguns ponto atômico ligados (o campo próximo do núcleo, do núcleo, que
atrai e repulsa ao mesmo tempo, é o próprio espaço, espaço condensado, além de
talvez dar a energia extra necessária por repulsão). “Por meio de” e “através
de” são o mesmo nesse nível, nesse caso – por meio e através do espaço, do meio.
Vejamos outra conclusão, igualmente derivada de nossa filosofia: a “parede” se
torna, na outra ponta, a própria “bola” "nova", e a “bola” torna-se “parede”.
Do próprio campo próximo surge, sob pressão externa ou interna o elemento que
quer transitar, que desaparece aqui e reaparece ali, por mediação. A metáfora
da parede e da bola esconde que a ambas são o mesmo, espaço condensado, não
apenas qualitativamente diferentes e de modo algum incomunicáveis.
19.Causa da
velocidade da luz
A velocidade
da luz no vácuo é constante, além de máxima possível. Mas por quê? Ninguém
responde, sequer a pergunta é comum. Diz-se que é assim, apenas. Talvez o
espaço vazio, por dentro do qual a luz-energia flui, sendo ele, seja o atrito
necessário, o limitante. Tal resposta, claro, é insuficiente, mas já é um
começo.
20. Princípio
da incerteza
Cumpre notar o princípio, talvez transitório,
da incerteza de Heisenberg, que afirma: quanto com mais precisão medimos uma
propriedade de uma partícula, menos medimos a propriedade oposta, pois nossos
instrumentos afetam o objeto de pesquisa, alterando-o (lançamos, por exemplo,
um fóton num elétron, modificando-o). Assim, se medimos com exatidão a posição
da partícula, não medimos a velocidade; se medimos a energia, não medimos o
tempo etc.
Vejamos uma
tentativa, uma pista, para salvação da física. Se tudo = tudo; se energia,
tempo, espaço, movimento, matéria etc. são todas iguais e mudáveis uns nos
outros, logo podemos saber indiretamente, com algum grau de precisão a medida
de uma propriedade por meio da medida e da alteração da sua oposta ou
“lateral”.
21. O que é
a gravidade
Como
gambiarra teórica, Newton afirmou que a gravidade era uma força, força
atrativa. Depois, Einstein demonstrou que ela é uma curvatura do tecido
espaço-tempo, não uma força. Usa-se a metáfora do tecido real que se dobra
diante da massa-peso de uma esfera. Tal visão é útil, facilita a compreensão,
mas leva também ao erro. Dela, deveria-se deduzir que o planeta está
“mergulhado” no tecido espaço-tempo ao seu redor, por todos os cantos – veja
bem: isso significa que a massa-energia atrai o próprio espaço-tempo, ou seja,
voltamos ao conceito de força! Como resolver isso? O problema se explica porque
cada átomo do planeta ou estrela não apenas curva o espaço-tempo, mas é o
próprio espaço tempo curvado, para dentro de si, na forma de partícula, o que
deforma, ao concentrar, o tecido em sua volta. Se isso está correto,
conseguiu-se o mais difícil, aparentemente improvável até aqui: ir além do
próprio Einstein, após ir além de Newton.
22. A teoria
de tudo
No ponto
anterior, além dos demais, vemos uma teoria de tudo. Em resumo, tudo é espaço
condensado, para dentro de si – o que não significa que este é sempre o
primeiro no tempo, embora seja primeiro por sua simplicidade. Temos a igualdade
e identidade na diferença de tudo: movimento = energia = tempo = espaço =
matéria (= massa = luz = campo). Exigirá um trabalho específico para
quantificar tal equação qualitativa. Tudo é espaço-matéria (e luz), tudo =
tudo. Conseguimos, assim, colocar a gravidade, a relatividade, no micro,
fundindo com o macro, pois tudo é espaço concentrado.
Ao que
parece, se não for um absurdo a formulação, que deriva os 22 pontos acima,
conseguimos unificar as soluções e os fenômenos do micro e do macro. Uma teoria
de tudo. A dificuldade é se tratar de um caminho feito de modo filosófico, não
matemático, por um físico amador. Se está correta, a crise da física, crise
esta quase nunca reconhecida pelos seus profissionais, está resolvida no geral.
Temos em torno de 100 anos de questões misteriosas pedindo solução, mas sem
respostas. Confiou-se no “sucesso” da mera descrição e do uso prático apenas. O
defeito era, em parte, confiar em demasia nos dados empíricos, nas aparências,
limitando-se a eles e, em parte, a baixa formação dialética dos cientistas.