J. P. da Síria
É com muita dificuldade que escrevo esta “carta”. Um forte patriotismo partidário sempre me ligou ao partido, como todos os amigos e colegas sabem. Com o PSTU tive fortes batalhas e emoções, de ocupações de câmera de vereadores a enfrentamentos físicos em defesa de meus camaradas.
Acreditei ter achado o mais importante projeto de vida que um ser humano poderia encontrar. Infelizmente, esta carta vem demonstrar o contrário, por isso peço paciência caso também ganhe contornos de desabafo; me recusei a publicitar as informações por meses, mas os problemas e perseguições são nacionais e continuam. Não posso me calar.
Quero este material como ponto de apoio a quem permanece na luta interna. Peço também que se evite uma visão religiosa do partido, pecado que eu mesmo muito cometi. A primeira vez em que revelaram os problemas internos fique com raiva, mas de quem revelou. Evitemos mecanismos de defesa.
Quem sabe esta citação tranquilize, desarme e justifique aos militantes:
"Encarar a realidade de frente. Não buscar a linha de menor resistência. Chamar as coisas pelo seu nome. Dizer tão-só a verdade às massas, por amarga que seja. Não temer obstáculos. Ser rigoroso, tanto nas pequenas quanto nas grandes coisas. Ousar quando for chegada a hora de agir. Tais são os mandamentos da Quarta Internacional. Ela demonstrou já que sabe nadar contra a corrente. A próxima onda histórica irá conduzi-la à crista." - Leon Trotsky
Várias vezes falarei do que ocorreu em minha regional, como sintoma direto do que ocorre em todo o país.
ORIGEM, APARATOS E CLUBISMO
O PSTU está á beira de torna-se um partido centrista, do tipo semi-revolucionário (ou quase-revolucionário), como explicarei mais à frente. É um partido pequeno, de vanguarda, que vive uma degeneração muito parecida com a do Partido Social democrata Alemão.
A organização está saturada de intelectuais universitários e pequeno-burgueses (uma aristocracia entre os assalariados, geralmente funcionários públicos) e –importantíssimo - funcionários de sindicatos. Estes últimos DEPENDEM dos cargos sindicais para manter seu estilo de vida. São advogados, economistas, jornalistas, administradores, etc. E, assim, temos diretamente uma das bases da degeneração do partido: a dependência, em vários sentidos, do sindicalismo e dos aparatos sindicais.
Em todo o país há uma luta fracional séria que unem os militantes funcionários e os grupos de classe média mais alta que atuam na organização. Os pequeno-burgueses simplesmente não querem ter trabalho, militar, especialmente agora que o país está borbulhando. A vida ficou tensa. Daí, nacionalmente e nas regionais, surge frações (semi)secretas pela disputa mesquinha do controle do aparato e da direção do partido (sem qualquer vital diferença política).
No momento o partido está travado, dividido e subdividido em 3 agrupamentos. De um lado os oportunistas, 1) as frações intelectuais e 2) as dos funcionários dos sindicatos + sindicalistas. E uma terceira 3) a honesta, militantes que respeitam a teoria e a prática, intelectuais ou não, sem dependências materiais.
O PSTU viveu 20 longos anos de refluxo nas lutas sociais e muito distante da classe operária. É um partido com integrantes das classes médias. A proletarização não andou e regrediu. E mais: os quadros boicotam indiretamente a proletarização, pois exige esforço e uma mudança radical nos hábitos e no partido.
Os jovens que rompem com a família e vão para as fábricas não são acompanhados. A disciplina para tarefas no meio operário é rara. Eu mesmo sofri isso ao dizer que iniciaria um curso técnico para me tornar operário. A direção de juventude redobrou a perseguição contra mim.
Temos outros fenômenos curiosos. Todo clube precisa de um perfil. Todo novo militante precarizado ou proletário se sente isolado no PSTU. Nas suas festas senta-se só, alguns militantes fazem “cara feia”, sequer dão bom dia. É um ambiente cheio de dondocas e professores universitários que tiram férias na Argentina. Por que iriam se misturar com alguém que parece sua empregada doméstica? Por que ser futuramente dirigido por pessoas com cara de empregadas domésticas? Situações bizarras acontecem como, por exemplo, jovens militantes bem-de-vida chamar ativistas da periferia pra comer sushi em algum lugar caro da zona rica da cidade...
Os intelectuais aproveitam as reuniões para falar bonito, mas sem nenhuma questão prática. Diletantes: ficam verbalizando os princípios, as concepções e citações, energizam o ambiente. Aqueles que usam a teoria para esclarecer e elaborar política são mal vistos. Pois propõe, discordam, mostram os erros e chama à ação e podem mexer a rede dos pequenos privilégios.
Dão-se situações muito erradas. Alguns administram, dão ordens, são oradores, etc. Outros, eu inclusive, pegávamos também no pesado. Lavávamos a sede para receber bem os amigos, cuidávamos da cozinha nas festas do partido, valorizávamos as questões práticas sindicais, colávamos cartazes madrugada adentro nas greves, observávamos a segurança dos camaradas, panfletávamos nas portas das garagens de ônibus, limpávamos os carros dos sindicatos (de graça), cuidávamos das questões práticas. Mas para eles eram e são tarefas menores, manuais, da ralé.
O partido é hoje um clube. E a situação política empurra para a prática. Isso irrita parte da militância. O que é motivo de esperança a um revolucionário, a uma pessoa que tem carinho pela estabilidade é um desgosto. Por isso os mais abnegados e capazes do partido estão sendo perseguidos. Mentiras, expulsões veladas, jogos psicológicos, isolamento, chegar nas reuniões com propostas combinadas, etc. Toda tática é válida a eles.
Nacionalmente, Lucas (Ceará), Cacau (SP) e André Freire (BA, SP) organizaram um fracionamento semi-secreto pelo... aparato, a direção nacional. Contam com a maleabilidade do Zé Maria. Cacau já foi sancionado 2 vezes por usar o aparato do partido e sua posição para formar verdadeiros clubes sexuais. Mesmo assim, passou, pós-congresso, a ser figura pública sindical do partido por ação de sua fração.
Ao que parece, os intelectuais estão, a maioria, não todos, no mesmo barco.
POLÍTICA: MORENISMO E MANDELISMO
O PSTU abandonou o morenismo. Fez, em parte, sem perceber, pois a falta de base social correta degenerou o partido de forma também inconsciente.
Do ponto de vista político é mandelista; já o regime partidário é estalinista (peço de novo, paciência aos militantes. Sei que é duro ler isso). Os documentos que envie ao congresso nacional (BDI número 15), à internacional (BDI 20 0u 21, não me recordo) e o que enviei à nacional pós-congresso tiveram um eixo claro: uma parte dos erros do partido estão citados por MORENO em o “Partido e a Revolução”. Não entrarei em todas as questões, seria longo para uma carta, proponho o estudo da obra.
Exemplo. A 13 anos o partido levanta as mesmas palavras de ordem (estatização, expropriação, ocupação, greve geral, fora todos, etc.). Palavras de ordem sempre radicalizadas independente do momento político real, prático. Cada situação política pede uma política específica. Mas os militantes se esquecem porque ainda somos vistos como anormais e lunáticos pelas massas. Claro, como em um país que cresce 7% ao ano (2007) se levanta a palavra de ordem de estatização de tudo?
Isso se deve, basicamente, porque o partido não quer ter influência de massas, mas dirigir sindicatos, “influência sindical”. Cresce fere o sentido clubista e preguiçoso. Por outro é uma forma de provar aos militantes e à vanguarda que é um partido radical, diferente, que vale apena. Ou seja: se produz política para impactar a vanguarda e não para mover as massas. Faz isso hoje com a proposta de greve geral (ou o “chega de PT, PSDB, PMDB”, etc.). Por causa da crise interna a direção elabora para manter a unidade de sua base e um orgulho quase religioso pelo partido. Mistura agitação e propaganda. Esquece as transições, é sempre uma proposta mais radical do que a realidade pede. Chamamos impressionismo, e tem mais de uma origem no PSTU.
ESTALINIZAÇÃO DO REGIME
Aui entrarei em inúmeros exemplos de minha realidade. Vejam como sinais, sintomas do que ocorre em todo o país e, talvez, em nivel internacional.
Após o congresso nacional (2014) elaborei um documento de 40 páginas com propostas e avaliações. Pedi que descesse à base, como está em estatuto e quase ninguém sabe (BDIs individuais). Canary me afirmou que existe sim em estatuto, mas em desuso... Logo, em qualquer congresso poderia ser retirado aquilo, pois era feita “para o começo da existência da organização”. Não polemizei sobre este direito garantido em congresso, pois queria resolver e não brigar. Confiei nele e ele disse que entregaria a todo o CC. Mas isto é só um sintoma e pequeno de toda a degeneração.
Um militante inexperiente pode não perceber. A luta fracional é algo natural. Mas quem o faz de forma honesta é visto como aquele que quer dividir o partido.
Aqui, Agora, terei de alternar entre exemplos práticos e explicações gerais. Peço a maior atenção, pois são sinuosidades, manobras. Espero poder usar bem o poder de síntese.
Alguns exemplos pessoais:
- Gervásio recebeu as BDIs (Boletins de discussão internas) internacionais. Logo a que eu escrevi – só ela – não desceu à nossa regional...
- Clesiana, Letícia e Rebeca temendo mau balanço de suas atividades no congresso do MML, antes da reunião da secretaria de mulheres, se reúnem com a militante mais crítica aos erros e dizem: “se você falar algo lá, nós te destruímos”. No fim a direção garantiu que s núcleos de base não recebessem o balanço por questão de "segurança".
- Não era repassado o e-mail da comissão de moral (que pune militantes) e muitos tinham medo de denunciar;
- A BDI número 15 do congresso nacional (com um documento meu) foi boicotado dos debates internos;
- Homens que discordavam era acusados de machismo;
Sinésio (Délio), militante com influência de massas em Teresina, foi acusado abertamente de machismo. Motivo? Perseguição. Seria candidato a vereador em 2012. Recou para a acusadora ser candidata. E, de novo, acusado injustamente, por Clesiana e Letícia, porque queriam os cargos do sindicato Sindserm onde ele era presidente (elas são hoje as “líderes”).
- Mentiras, meia-verdades e balanços parciais para tirar a moral dos militantes mais honestos. Os mais práticos/teóricos, por agir, erravam, é claro. Os outros tinham balanço positivo, já que não erravam...;
As reuniões são sempre formais. No fundo, apenas os dirigentes tiram e elaboram politica. A base pode até debater, mas fica sempre na questão da melhor forma de aplicar a política do dirigente. Quem discorda com qualidade e elabora é perseguido de forma velada. Na minha região alguns militantes chegavam a pedir para que outros militantes defendessem suas próprias propostas. Motivo? A depender de quem propunha, seria automaticamente negado.
Isso aconteceu, por exemplo, quando em uma plenária de juventude uma proposta minha (a de formar um coletivo na UFPI) sequer foi colocada em votação. Ainda sofri pequenos deboches por parte dos dirigentes (logo o representante nacional presente tentou mediar corretamente de forma discreta).
Os militantes que defendem sem nenhuma crítica as políticas da direção nacional são mecanicamente valorizados, não cometeram um pecado. O pensamento e os debates abertos são desvalorizados, com caras duras ou por perseguição.
Para controlar a situação a democracia partidária não serve. Formaram-se frações secretas, clubismo, centralização por relações pessoais. Aqueles que denunciam são vítimas da raiva até dos militantes honestos, pois, claro, é um absurdo dizer isto de um partido revolucionário.
Por isso, o blog Convergência é usado como arma em manobras linguísticas-teóricas. Com o site, idem.
No Piauí se deu um dos exemplos.
Gervásio, Letícia, Clesiana, Rebeca (juventude) e Daniel Solon formaram – ligados ao grupo de Cacau – uma fração secreta, um núcleo duro (apelidamos Triunvirato). Os motivos foram vários. Um deles é porque o partido estava crescendo e isso exige mais trabalho, disciplina, controle coletivo dos cargos.
Ou seja: ameaçou-se um importante desvio interno do PSTU, o clubismo. A militância é uma desculpa para socializar, sexualizar, criar uma tribo urbana, desenvolver pequenos prestígios, sentir-se revolucionário e alternativo, etc. O partido virou uma grife. É o espírito da classe média com tempo livre e algum dinheiro sobrando.
Basicamente Délio (Sinésio), também da direção regional, estava ganhando influência de massas por seu trabalho partidário, a regional saiu de 13 militantes para 80... Mas o Comitê Regional odiou isto.
Isso se expressou quanto Iara (milita hoje em Natal) numa reunião do CR “propôs” que Clesiana fosse da direção. Mas a maioria se absteve depois de uma grande polêmica. Por regra, se reiniciaria o debate para uma segunda votação. Mas não. Ela foi aprovada (por abstenção) para a direção e Iara apontou logo o dedo ao Delio: “você está proibido de falar o resultado desta votação para a base”. Meses depois, Daniel soltou a pérola: “trouxemos a Clesiana ao CR para ajudar a combater o machismo do Délio, mas não deu certo”. Delio, então, perguntou: “onde foi decidido isso camarada, em que reunião, em que organismo?”. Todos se calaram, recuaram. Foi o primeiro importante sinal de que havia um organismo secreto (o segundo, eram os carros deles na casa do Gervásio antes das reuniões do CR).
Uma vez, Délio faltou uma reunião da direção, adoecido. Foi a oportunidade. Tiraram ele da direção por maioria... Depois de ele falar com Zé Maria, a fração recuou.
Em 2013 se iniciou um processo de meu isolamento entre o CZ (direção) de juventude. O motivo irritante era um: pensar (elaborar). Militantes inexperientes são fáceis de gerir, manipular, “educar”. Quando passei a elaborar e propor isto irritou a representação da fração interna (clube) na direção da juventude (Rebeca, Rafael, Luan, Mary – a maioria trabalhava nos aparatos do partido). De um lado era pelo medo de perder o prestígio, o pequeno poder, por um militante que poderia “disputar” (como assim ele consegui garantir essa reunião?). De outro eu poderia perceber as manobras internas e denunciar. Todo e qualquer militante que una teoria e prática consegue ser muito mais proveitoso, logo era natural o prestígio que me concentrava e logo era preciso me desmoralizar...
Uma vez eu, verônica e Thiago garantimos uma forte luta numa escola secundarista. Com vitória, pauta, radicalização, assembleia, moral etc. Balanço muito positivo. Porém Gervásio nos encostou: constroem os secundas ou na UESPI? Respondi: - construo o partido, camarada. Respondi com inocência de quem não tinha clareza do que ocorria. Nada poderia sair do controle deles. De resto, achávamos (acho) que um partido que não tenha como prioridade máxima se construir na juventude secundarista degenera em classe média (caso atual).
Espalharam mentiras sobre uma série de militantes em todo o país, em cada viagem que faziam. Internamente, mentiam sobre fatos, boicotavam as propostas. Cheguei a ser expulso (informalmente) 3 vezes do grupo da ANEL-PI no facebook simplesmente porque era um militante que fazia as coisa e, por isso, era incômodo.
Aqui preciso dar um tom pessoal. Tal bizarrice fez eles desrespeitarem as resoluções da reunião da ANEL-PI onde eu ficaria como um dos responsáveis pela página da ANEL (ninguém sabia quem era o responsável para adicionar novo moderador… a questão era não dar espaço…). Fiz o primeiro modelo de cartilha de entidades e nem se debateu sobre isto. Após o CONEUFPI meu nome sequer desceu no balanço da direção (nõ falei em nenhum espaço, solicitei à dirigente Rebeca e ela deixou claro que não era pra eu participar. Centralizei)... Fiquei com uma tarefa sem prestígio que era, “apenas”, panfletar e cuidar da banca de jornais e livros. Na realidade, somente uma minoria de militantes agiam como juventude do PSTU. Pois eles usam a ANEL para facilitar o caminho, a simpatia, faziam dela uma colateral. Toda panfletagem com o material da juventude era boicotada por vergonha de falar do partido (cheguei a fazer 3 panfletagens sozinho e, claro, alguns militante não tinham tempo). Enfim: sempre esconderam o partido e sua militância;
O partido está vetando em todo o país a luta de ideias e propostas. Isola camaradas. Procura preservar a cúpula. No Piauí, assim que a regional implodiu, houve uma fuga. A maior parte da fração secreta regional está hoje em Rio Grande do Norte (Inclui Donyara e Lorena, que não tenho espaço para falar sobre). Rebeca mentiu à juventude. Foi para Rio Grande do Sul sem balanço e não avisou que pegaria lá tarefas de juventude com medo de que chegasse à SNJ (direção nacional de juventude) suas manobras e erros.
Assim como nacionalmente, aqui se formou uma fração (secreta) de intelectuais e professores. Iniciaram com “grupos de estudo” informais. Reuniões no bairro Mocambinho (onde a maioria mora). São os diletantes, organizados por Romildo (este, tenho que dizer, sabe causar empatia e simpatia). Depois de derrotas de seus grupos sindicais, por erros simples, fragilizados, começaram a conspirar. A principal referência é Geraldo Carvalho. Ex-bancário que muito mudou após tornar-se professor universitário. Internamente ele era “independente”. Mas procurou preparar o caminho até a direção do partido tentando ganhar o sindicato dos professores SINTUFPI sem a ajuda do partido e, inclusive, proibindo que os militantes falassem ou agissem como militantes do partido. Sua derrota eleitoral-sindical atrasou este objetivo. O PSTU é hoje clubista nos hábitos, estalinista no regime, centrista ultra-esquerdista na política, pequeno-burguês na composição social, conservador e desleixado com a teoria, sindicalista na atuação prática.
O agrupamento de Délio é a vanguarda. Porém devo dizer que se tem sempre que desconfiar.
Ele mesmo mentiu mais de uma vez, para facilitar o caminho. Na reunião de nossa fração pré-conferência, disse “João, seu documento nacional está ótimo, infelizmente o prazo de entrega acabou, mas podemos fundir com o da nossa fração”. Desconfiei. E vi que tinha ainda um mês para enviar. Disse isso e pedi ajuda para enviar (e mail), “Dou sim”, em tom de esquiva. Tentou manobrar (sabe que possuo TDAH e posso ser inseguro): “Vi uns erros no teu texto”. – Quais? Perguntei. “Depois a gente vê”.
Antes, nas polêmicas sobre a conjuntura, cheguei a ele e disse: - “Acho que matei a charada, Délio”. Deu um sorriso amarelo, se esquivou. Lá fora do sindicato ainda o ouvi dizendo a outro: “ele acha que porque lê muito sabe alguma coisa”. Tal é a situação.
Algumas vezes deu tarefas a camaradas exatamente, ao que parece, para que quebrassem, desafios que não estavam prontos a cumprir. Falou dos militantes “rebeldes da juventude” numa reunião do CR (ele mesmo nos disse). Ou seja: procurou multiplicar a luta fracional (na qual ele era perseguido), que tanto nos doeu.
Ser militante é viver tensão, e tensão em ciclos sociais. Com o tempo você aprende a fazer análise psicológica de todos. As reuniões e conversas sempre tinham um momento pra isso. No caso, em nossa nova regional (pós-saída forçada do PSTU) poelmizamos, eu e ele, sobre agir ou não publicamente enquanto partido ou sindical. Eu defendi como corrente política. Para além dos debates, existem coisas sinuosas, sugestivas. Exemplo. Noutro dia me mandou uma foto desinteressada no Watzsap: eu com camisa da CSP na frente de uma bandeira da CSP, numa festa da CSP onde eu era porteiro. Isso, na psicologia, chama-se sugestão. E é uma arte que não só ele domina.
Curioso é que certas críticas (como a de formar núcleos de proletarização, da BDI 15) após ruptura, ele adotou as propostas e programa que elaborei. Era apenas jogo.
SOLUÇÃO?
Ruptura. Cada fração no seu quadrado, partidos independentes, reivindicando a LIT e deixar que a política prática diga quem é quem, com o tempo.
Isso tudo me gerou crise de pânico e depressão pelo longo stress. Escondi essas coisas dos camaradas por um bom tempo, inclusive os de meu núcleo. Meu maior erro foi sempre recuar e deixar na sombra, até por medo dos camaradas sofrerem. Hoje – por mentira – muitos até me odeiam.
Agora que vejo outros fragilizados. Não posso me calar.
Estamos num caos no país. è preciso e urgente uma ferramenta partidária digna do futuro.
Disseram que sai do partido “pra viver a vida”, por lumpemnização, por pelegagem, etc. E acreditam nestas palavras por confiança política e pessoal. A culpa nunca é do partido das centenas de casos isolados de afastamentos por “fraquezas dos ex-militantes”.
Quanto maior o boicote maior o oportunismo.
Talvez me acusem de desleal? Muito me dediquei ao partido. A lealdade é reciproca?
O pecado dos pecados foi e é pensar, elaborar, propor, questionar, enfrentar, sonhar. Pessoas chatas. Que fizeram e fazem do PSTU uma razão de vida e não um estilo de vida. O meio não pode substituir o fim.
Procurei propor soluções de forma indireta, informal, sobre os problemas do partido nestes LINKs:
ANTIBUROCRATISMO EM UM PARTIDO LENINISTA: PROPOSTAS
Por que, afinal, a esquerda não usa a dialética? A Greve Geral.
O QUE É - E COMO AGE - O CENTRISMO?